Números. Vou me basear em números para desenvolver o raciocínio.
Lendo a edição 620 da revista Época me deparei com uma reportagem que me deixou com a pulga atrás da orelha. A reportagem era intitulada por “À espera da santidade”. Essa matéria dizia que em sua última visita o papa João Paulo II disse que o Brasil precisava de mais santos. A matéria ainda mostrava que atualmente existem 70 processos de canonização no Brasil e como é feito esse processo, falava ainda da quantidade de santos pelo mundo, os gastos da canonização e por fim, no rodapé da página, mostrava o número de canonizações feito por cada papa.
Vamos começar a falar de números. O processo de canonização custa em média 200 mil reais segundo a revista Época. O papa João Paulo II canonizou 482 pessoas de 1978 até 2005. Multiplicando o número de canonizações pelo custo médio delas e depois dividindo pelos 27 anos de papado é igual à aproximadamente 3.570.370. Sim, três milhões quinhentos e setenta mil trezentos e setenta reais gastos por ano em canonizações.
Achei um número bastante alto e fui pesquisar dados do Vaticano na internet. E me deparei com mais números. O blog Canção Nova publicou uma entrevista do professor Felipe Aquino com John L. Allen Jr. que dizia que o orçamento anual do Vaticano é de 300 milhões de dólares, ou seja, 540 milhões de reais.
Em termos percentuais o vaticano gasta em média 0,7% do PIB com canonizações. Em novembro de 2006 o blog Estatísticas do Brasil publicou uma matéria da folha de São Paulo do economista José Marcio Camargo que dizia que o gasto brasileiro com setores como infra-estrutura, segurança, agricultura, ciência e tecnologia era de 1,75% do PIB.
Depois de me entreter com tantos números eu parei para analisá-los e formulei a teoria de que a Igreja Católica tinha achado a fórmula para ganhar mais dinheiro.
Segundo John L. Allen Jr. metade do PIB do Vaticano vem de doações de igrejas locais e através das paróquias do mundo todo que são obrigadas a entregar dinheiro às dioceses, e as dioceses são obrigadas a entregar dinheiro para o Vaticano.
Se metade do dinheiro vem através de doações, se com o dinheiro das doações são feitos novos santos e se novos santos atraem mais fiéis. A fórmula é a seguinte: mais santos é igual a mais fiéis. Mais fiéis é igual a mais doações. Mais doações é igual a mais dinheiro para paróquias locais, por conseguinte, torna-se mais dinheiro para as dioceses e, por fim, dinheiro de todas as dioceses que detém dinheiro de todas as paróquias. Isso tudo para o Vaticano.
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